Anita Vai ao Mel #17

Após um hiato de umas duas semanas, a emissão #17 concentra-se naquele que foi o grande evento das ultimas semanas. O Super Bock em Stock parece ter sido um sucesso a todos os níveis e esperemos que o formato, com algumas bem vindas alterações no que toca à sobreposição dos concertos, continue vivo por muitos mais anos. Esta semana ouvem-se alguns dos melhores concertos (daqueles que assisti) mais um bónus ao B Fachada, porque o estupor do último EP é de facto muito bom.

Como nem só de SBES vive o esta expressão tem mesmo de morrer, destacam-se as novidades para Matthew Friedberger dos The Fiery Furnaces, a redescoberta do saudoso glam pelos Burnt Ones ( a explorar mais nos próximos dias)  e a saída de North, de Darkstar. Lá pró final, primeiros sons no Anita para Triptonikhan, um projecto a ser ordenhado sem vergonha em toda a próxima oportunidade.

Lá mesmo pelo meio, uma viagem ao (meu) passado. O filme Metrópolis, de Fritz Lang, desperta as mais diversas imagens icónicas mesmo na mente de quem nunca o viu, seja a face branca de Brigitte Helm, seja a vista sobre a cidade cinzenta fechada em si mesma. Eu tenho uma colecção de imagens e sons extra, fruto da audição intensa em 2001 da proposta de banda Sonora que Jeff Mills, herói do teckno Detroit, compôs a pedido no ano anterior. O filme, acompanhado por esta “nova” re-leitura do ambiente pós-humanista da obra, está disponível no Youtube e aconselha-se vivamente. Como aperitivo, deixam-se duas faixas irmãs do alinhamento, que são exemplo de onde se pretende chegar: a mecânica insistente e inescapável da cidade industrial do futuro e o seu confronto directo com o drama de quem lhe tenta escapar. O filme é um dos melhores alguma vez produzidos, mas a banda sonora de Jeff Mills  Metropolis 2000 também merece alguma atenção/reedição.

Os Dream Boat soltam finalmente os seus fantasmas no longa-duração Visions, depois do auspicioso e talvez até mais interessante EP Fevers, e acompanham †‡†, Earl Sweatshirt e Solar Solar num momentinho de nevoeiro cerrado.

Entre os destaques, ouvem-se os herois dos últimos meses como Twin Shadow, os neozelandeses Secret Knives sauda-se Neil Hannon, como forma de agradecimento pelo monumental espectáculo que deu no Maria Matos, dias 29 e 30 de Novembro.

Espero que apreciem a emissão da semana e já sabem, está para download no zippyshare e para streaming, mesmo aqui em baixo. Não,  espera.  Antes têm um dos vídeos do ano.

DOWNLOAD ANITA Vai Ao Mel #17 (zippyshare)

1.Matthew Friedberger – Shirley
2.Burnt Ones – Gonna Listen To T. Rex (All Night Long)
3.Twin Shadow – Slow
4.Secret Knives – Black Hole
5.White Williams – New Violence
Especial Super Bock em Stock
6.Wavves – Super Soaker
7.Janelle Monáe – Locked Inside
8.B Fachada – Os Discos de Sérgio Godinho
9.Owen Pallett – Midnight Directives
10.Jeff Mills –  Transformation A
11.Jeff Mills –  Transformation B (Rotwangs Revenge)
12.The Divine Comedy – Songs Of Love
13.The Beatles – I Want You (She’s So Heavy)
14.The Samps – Where You From
15.Earl Sweatshirt – Earl
16.†‡† – KVLTSTEP
17.Dream Boat – Kissing Collar
18.Solar Solar – Closer To The Sun
19.Darkstar – Gold
20.Triptonikhan – Blasting Caps

The Divine Comedy – Something For The Weekend (video)

Sem muito mais a acrescentar, e porque o espectáculo de ontem foi uma das grandes experiências ao vivo que este ano ofereceu, fica o clássico omitido no alinhamento do magistral “espectáculo de variedades”.

Não esquecer que hoje há mais uma dose, no Maria Matos. Se têm o bilhete e pensam trocar, estão a pensar mal, confessamos não ter grandes esperanças quanto ao vosso futuro.

Mais tarde, no Absoluto em Lisboa, Vitalic.

John Vanderslice – Sea Salt (stream), Vitalic em Lisboa!

Ok, estamos oficialmente de volta. O notebook está na malinha onde é suposto estar, a internet está no pc onde é suposto estar, John Vanderslice tem novo trabalho a sair.

O álbum chama-se White Wilderness, tem a participação da The Magik*Magik Orchestra (um ponto para a Republica Checa!) e a deliciosa faixa de apresentação Sea Salt já está disponivel para fugaz stream no site da NPR.

Noutras noticias, não esquecer os eminentes espectáculos de entretenimento para os próximos dias: Neil Hannon no Maria Matos (esgotadissimo por estas alturas), Vitalic dia 30 no Absoluto (15€ em pré-venda Ticketline ou Flur) e Chromatics no Sá da Bandeira a 31 de Novembro e Lux a dia 2.

O dado novo aqui é, claro, a segunda vinda do francês Vitalic a Portugal este ano (primeira em Lisboa), por isso fecha-se com um dos clássicos, já que o Vanderslice continua preso ao site da radio.

Espectáculos de entretenimento – Neil Hannon + Efterklang + Chromatics

Hoje reparei que a secção de fotos aqui à direita estava com um tamanho respeitável o suficiente para justificar um pequeno update . Para além dos que toda a gente já sabe, três semi-novidades: Neil Hannon no Maria Matos, Efterklang no Music Box e Chromatics no Lux.

Façamos fila única por ordem de chegada.

Os dinamarqueses Efterklang estreiam-se finalmente em Portugal dia 19 de Novembro no Music Box, ainda em apresentação do seu delicioso Magic Chairs. Para além dos temas deste ultimo álbum, esperam-se também revisitações para Tripper e especialmente Parades, o trabalho que os catapultou para um nível de estrelato tal que até conseguiram uma data em Portugal. Imperdível, a apenas 12€, no Music Box.

A arriscar uma tournée a solo, Neil Hannon apresenta-se no Maria Matos em duas datas – dias 29 e 30. As noites prometem ser intimistas (Neil toma conta dos únicos instrumentos em palco, o piano e a guitarra) e prometem ser The Divine Comedy despido de artefactos, a mostrar que a solidez de uma canção é o único artifício necessário. Como falamos dos dotes de composição de Neil Hannon, estão asseguradas duas noites de excelência mesmo que o homem se esqueça de como fazer o acorde C na guitarra (hipótese nada descabida). Na tradição Maria Matos, os preços estão a 20€ para maiores de 30 anos, 10€ para todos os outros petizes.

Noutro e de outro mundo, os Chromatics dia 31 de Novembro no Teatro Sá da Bandeira e a 2 de Dezembro, no Lux. A história da banda é pequena mas complicadinha: as mexidas no line-up são frequentes e brutais, sendo Adam Miller o único elemento em comum desde os inícios pós-punk de 2002. Desde 2007, assinam um som minimal absolutamente viciante, frases curtas vocalizadas quase sem vontade mas cheias de alma, banda sonora para gaja a sair do Incógnito sozinha, antes do fecho. Night Drive é o ultimo trabalho, cá fora pela Italians Do It Better.

Bons concertos!